terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Rumo à Jaisalmer com direito à Safári de Camelo!

Namastê!
Hoje dia de viagem pelo deserto. Saímos de Bikaner por volta das nove da manhã e só chegamos em Khori, onde fizemos Safári de Camelo, às  17 horas.
Por mais incrível que possa parecer, a viagem não é cansativa... são tantas novidades e paisagens tão lindas que o dia passa em um piscar de olhos. Agora, estamos cada vez mais dentro do deserto de Thaar, no interior do Rajastan. Nossa paisagem é formada por uma imensidão de deserto, com algumas árvores típicas que servem de comida para camelos, rebanhos de cabras, ovelhas e vacas, claro! De tempos em tempos, podemos ver casas do deserto, rebanhos sendo pastoreadose olarias, há muitas olarias por aqui, do tipo que fazem tijolos artesanalmente, secos ao sol! Também tinham alguns cervos de vez em quando! Lindos!
No almoço, paramos em um restaurante thali, ou seja, de comida vegetariana, pois aqui as pessoas são mais conservadoras e quase nenhum lugar tem carne de qualquer espécie. Descobrimos ontem que no deserto, há muita influência dos jainistas, que vieram pra cá buscando refúgio das guerras do Paquistão e Caxemira. As pessoas desta religião acreditam que todos os seres vivos, inclusive as plantas, têm uma alma que precisa ser encaminhada... então, não é admissível matar nenhum animal, humano ou planta... os vegetais podem ser comidos, só  isso. Eles têm aversão há qualquer tipo de violência, conceito este que foi incutido à revolução da Índia por Mahatma Gandhi... vale lembrar que a revolução aqui teve características pacíficas, evitando a revolução armada tanto quanto possível, preservando a moral e a ética dos costumes indianos e sempre evitando a violência de qualquer espécie.
O caminho para Khori, onde faríamos o safári, era de uma pista, uma única pista, mas de mão dupla!  Conseguem pensar? Pois é, a única parte boa era a vista para o forte de Jaisalmer, uma linda construção, imponente no deserto, que iríamos conhecer mais tarde.
Bom, mas vamos lá para a melhor parte do dia. Chegamos em Khori as cinco horas, nossos camelos já estavam prontos para nos levar pelas dunas de areia do deserto em busca do melhor por do sol de nossas vidas.
Meu camelo chamava-se Badhal e meu condutor mirim Harim; o camelo do Dani era o Lalu e seu condutor mirim Titu.
Para montar em um camelo vc deve sentar-se na cela,  segurar firme e inclinar-se para trás, para que vc não caia quando o camelo se levantar. Montamos e lá fomos nós!
No caminho, enquanto me acostumava com o balançar do camelo e tirava algumas fotos da nossa sombra, enorme no chão do deserto, troquei algumas palavras com meu condutor mirim, que só falava um pouquinho de inglês... fiquei pensando em como seria a vida daquelas crianças ali, andando descalços nas areias do deserto, conduzindo caravanas de camelos com turistas ou com mercadorias, junto com seus pais,  para vender na vila. Esses pensamentos me entregaram, deixando-me um pouco triste... mas bora lá, infelizmente não é possível mudar o mundo todo.
Chegamos ao ponto mais alto das dunas, onde outros turistas e locais já estavam para esperar o pôr do sol. Desmontamos dos camelos, que se sentaram para descansar e agora era só esperar. O Dani foi aproveitar a luz pra tirar um milhão de fotos (hehehe) e eu me sentei. Hora das minhas perguntas sobre as crianças, perguntas que eu fiz só em pensamento, serem respondidas.
Assim que chegamos, Titu pegou um saquinho de batata fritas vazio que estava por ali, encheu de areia e levou até o alto de uma duna; sentou-se no pacotinho e escorregou para baixo!  Subiu e desceu muitas vezes escorregando,  cada  vez com um sorriso maior no rosto. Logo Harim se juntou a ele e eles desceram também de pé no saquinho e de trenzinho, um atrás do outro. Depois, pegaram uns toquinhos de madeira e ficaram deitados na areia e jogado um jogo. SIM! Parece-me agora que eles são muito mais felizes do que eu imaginei... outras pessoas, também condutores de camelos, estavam sorrindo e brincando de luta por perto... são muito alegres!
Bom, de coração mais leve, bora apreciar o pôr do sol. Pense vc em um lindo pôr do sol, agora multiplique pelo infinito... é  algo maravilhoso o poente no deserto. Parece que alguém pegou uma bola laranja brilhante e colocou em um um céu tingido de tons de vermelho... para mim, é como o pôr do sol do Rei Leão... é indescritivel! Além disso, todas as dunas, as pessoas e os camelos são tingidos pela luz do poente... o cenário é completo, parece saído das histórias das mil e uma noites!
Ok! Na hora de voltarmos,  precisavamos ser rápidos, pois após o pôr do sol, anoitece e esfria muito rápido no deserto. E não é que nossos guias mirins decidiram apostar corrida! Lá fomos nós, pilotos de camelos, em uma corrida de camelos... infinitamente divertido!
Aproveito para contar que o senhor Badhal,  meu camelo, soluçou e regugitou água o tempo todo... um barulho um tanto desagradável!  Kkkkkkk
De volta à Khori, após o safári, hora de jantar comida indiana thali, em um pátio de casas de deserto, com direito a show de música e dança indiana, com malabares de fogo e tudo mais. Tudo ótimo! Dia Fantástico!

Fomos embora, pois já tínhamos reserva em um hotel de Jaisalmer, mas é possível ficar hospedado nas casas do deserto para quem interessar!
Chegamos no nosso hotel, dentro do forte de Jaisalmer, falamos com nossa família no Brasil e, na hora do banho, surpresa!  Só tinha água quente até as 10 da noite,  então... banho frio e cama.

Valeu a pena cada segundo do dia Fantástico!
Boa noite e até amanhã!

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