Hoje foi dia de muitas coisas!
Pela manhã, ainda ficamos em Jodhpur. Fomos novamente ao mercado... aquele lugar é encantador, tantas cores e sabores! Exatamente como eu havia pensado! Hoje, com mais calma, pudemos tirar algumas fotos, experimentamos mais chás e, depois, fomos à uma tradicional loja de doces, só com doces indianos, e experimentamos um maravilhoso doce feito de leite! É parecido com uma ambrosia, só que não (como diria o Vinícius Anjos), chama Rabdi. O Dani experimentou também Makhaniya Lassi, um doce de abacate com leite e cardamomo, segundo ele, muito bom e refrescante (e gordo)!
Em Jodhpur tinham também interessantes lojas que vendiam potes/jarros de barro para água e artigos de madeira, como escadas (artesanais), para construção civil... muito interessante.
Na volta para o hotel, vimos o que seria equivalente a um velório no Brasil. Um homem tinha morrido, seu corpo estava em uma espécie de maca de madeira e tecido de algodão, no chão de sua casa (ou loja, não tenho certeza), com muitas flores e muitas pessoas! Algumas mulheres cantavam e choravam... emocionante.
Aproveito a ocasião para comentar que na Índia, há não muito tempo atrás, era comum que as mulheres cometessem sati, suicídio na para funerária de seus maridos, quando eles morriam... me parece que isso não acontece mais. De qualquer forma, não é muito fácil ser viúva na aqui, pois os bens sempre pertencem a família do marido, bem como os filhos; quando o marido morre, algumas famílias abandonam a viúva, que só pode ficar com as próprias jóias, se tiver! Digamos que, felizmente, não é a maioria das famílias que faz isso, mas as vezes acontece.
Continuando... voltamos para o hotel, fizemos check out e partimos para Udaipur.
No caminho, paramos para almoçar em um restaurante muito bacana! Beira de estrada, mas uma espécie de sítio, com uma comida boa! Experimentamos um prato a base de castanha de caju e molho de tomate com mostarda muito gostoso, especialmente para comer com pão indiano.
A paisagem de Jodhpur para Udaipur é completamente diferente do que estávamos acostumados, a vastidão plana do deserto deu lugar a montanhas verdes, plantações e até rodas d'água movidas por tração animal. Os sáris das mulheres e os turbantes dos homens são mais coloridos (com predominância de vermelho) e as mulheres cobrem mais os rostos, puxando seus véus sempre que passamos.
Nesta parte da viagem, tínhamos uma parada obrigatória em Ranakpur, para conhecer um complexo de templos jainistas... pena não sabermos que os templos fechavam cedo para turistas, de modo que tivemos pouco tempo para conhecer.
Acho que este complexo, que tem como templo principal o templo de Adinath, é um dos lugares mais fantásticos que já visitamos aqui. Todos feitos de mármore branco, os templos constituem maravilhas arquitetônicas, pois os entalhes em mármore são tão finos e delicados, que as vezes só é possível observar todos os detalhes de binóculo. Em alguns lugares, o mármore chega a ser tanslúcido!
Há um salão de pilares, com diversas colunas interligadas por arcos, nenhuma igual a outra... uma delas é inclinada, simbolizando que nada feito pelo homem é perfeito. Outra coisa que chama atenção é o exterior sem detalhes, contrastando com a magnífica decoração do interior; isso simboliza a crença jainista na insignificância das formas exteriores e a importância de uma rica vida interior!
Há ainda quatro cúpulas com modilhões ricamente esculpidos, e outras três peças infinitamente belas, cada uma com seus significados. Em cada ponto cardeal do templo, uma imagem de Adinath está posta de frente para um elefante, com uma exceção, em que está de frente para um baú de donativos.
Mas, o mais espetacular, talvez seja uma árvore de seiscentos anos aproximadamente, que está próxima ao centro do templo, tem o seu tronco naturalmente partido, e dele parece brotar um imagem de madeira do deus Ganesha. Espetacular! Nem preciso dizer que a árvore é sagrada e recebe reverências...
Aqui foi nosso primeiro contato com macacos e o Dani quase foi atacado quando dava frutas para os bichinhos, que começaram a brigar entre si. Ah, no restaurante do almoço tinham muitos papagaios, uma verdadeira árvore deles (essa não era sagrada!).
Seguimos caminho por uma estrada sinuosa e estreita, morro acima, com muitos macacos na margem, tomando sol e a espera de talvez receber uma comida dos viajantes. Mr. Shiam nos disse que durante a noite é uma estada muito perigosas, pois bandidos saqueiam os carros dos viajantes. Não há casas ao redor. Mas, para nossa sorte ainda era fim de tarde.
Chegamos em Udaipur já de noite, uma cidade encantadora, com seus lagos e palácios.
Nosso hotel aqui é muito bacana, de uma tradicional família hindu cuja casa é anexa ao hotel. Todos da família são simpáticos e atenciosos e a filha do dono fala um inglês com tantos "erres" que quase não consigo entender!
Depois do check in, saímos para andar um pouco, tiramos fotos noturnas dos lindos palácios construídos em ilhas no lago e jantamos em um restaurante com terraço e vista para o lago!
Ufa! Dia longo e delicioso!
Ainda conseguimos falar com nossas famílias no Brasil antes de dormir!
Boa noite e até amanhã!
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