terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Jaipur: pink city! Mas isso não é importante, HOJE É O DIA DO ELEFANTE!

Namastê!
Bom dia!

Nem sei como começar a escrever sobre o dia de hoje! Com certeza este dia ficará para sempre entre os dias mais emocionantes da minha vida!
Mas, vou tentar começar do começo. Acordamos não tão cedo, afinal de contas é domingo, tomamos café da manhã sossegados, com bolinho de arroz,  tomate cozido, e outras coisas estranhas que só o Dani comeu... fiquei nas frutas e no bom e velho pão com manteiga!
Mr. Shiam estava nos esperando para irmos ao Âmber Forte, um pouco afastado do nosso hotel. No caminho,  paramos para ver o Palácio dos Ventos, com infinitas janelas, que foi presente para uma rainha - maharani de Jaipur. Todos os prédios e construções da cidade velha, incluindo este palácio, são pintados de "rosa", o que confere à cidade o título de pink city. Agora, vamos combinar... pra mim isso não é pink! Sei lá, pode ser telha, âmbar, terra, várias cores (dessas que só existem para as mulheres), mas que essa cor não é pink, ah, não é! Vcs vão ver as fotos e aí me contam!
Mas tudo bem, vimos o palácio dos ventos e seguimos rumo ao forte. Estava um trânsito horroroso,  nem parecia domingo... mas aqui, domingo é sagrado, é o dia de Lord Ganesha e, claro, um dos templos de Ganesha é bem pertinho do Forte, então basicamente todas as pessoas de Jaipur estavam indo para o mesmo lugar!!!
Como  quando nós estamos ansiosos parece que tudo demora mais, demoramos uma eternidade para chegar!
Quando chegamos, Mr. Shiam nos deu todas as instruções... quanto pagar pela subida de elefante, quanto dar de gorjeta para o condutor de elefante, por onde descer depois, já que o elefante é só pra subir até o forte e tudo o mais!
Ok! Saímos do carro, aquele vuco vuco, e aparece do nada um homem com um bebê Elefante!!!!! Mr. Shiam disse que ele devia ter um ano, mais ou menos! Lindo! Passou por nós e foi embora!
Aí, veio um outro homem, com um cestinho  na mão, falou com Mr. Shiam em hindi, Mr. Shiam respondeu um monte de coisas e, o homem destampou o cestinho, começou a tocar uma flauta, que eu nem tinha percebido, e surgiu uma naja no cestinho! Ah não! No mesmo segundo eu estava do outro lado do carro e o Daniel do lado do moço. Era um encantador de serpentes! É praticamente domínio público que eu morro de medo destas bichinhas e, para o meu desespero, tudo que o Dani mais queria ver na Índia era um encantador de serpentes! Ok, eu sei que muitas piadas são possíveis aqui, mas deixa pra lá!
O fato é que o Dani sentou ao lado do moço, tocou a flauta, tocou a cobra, aliás seu nome era Carlos, e... colocou a cobra no pescoço! Eu, no modo automático, só conseguia tirar fotos. Depois, o cara queria muitos dinheiros pelas fotos com Carlos e fomos embora!
Fomos andando até a entrada do forte e quando chegamos eu entrei no modo automático outra vez! Havia um montão de elefantes lindos e gigantes todos enfileirados,  um ao lado do outro, com capas e cadeirinha de maharani, alguns pintados outros não, alguns olhando pra mim (Ahã), outros nem aí, alguns subindo com turistas, outros descendo com seus condutores... um mundo de elefantes!
Eu não sei explicar porquê que gosto tanto de elefantes! É um bicho forte, elegante, poderoso, ao mesmo tempo em que é dócil e prestativo, vive a vida toda com um único par e em um único bando. Aqui, é símbolo da boa sorte! Diz-se que Shiva, num ataque de ira,  cortou fora a cabeça de seu filho Ganesha e depois, arrependido, prendeu nele a cabeça de um elefante! Para mim, é um animal extraordinário que equilibra força e doçura!
Bom, nós subimos no nosso elefante, com cadeirinha de maharani e marajá, e fomos forte acima em cima do bicho! O trajeto chacoalha,  nós experimentamos um espirro de elefante e passamos pela porta mais altos do que todo mundo! Kkkkk Só não foi mais bacana, porquê no trajeto havia um montão de vendedores e até o condutor do nosso elefante nos pediu mais gorjeta!
No final da subida, trocamos emails com um casal de alemães que estava no elefante em frente, já que eles tinham boas fotos nossas e nós deles!
Digo pra Vcs que foi sensacional! Uma das melhores experiências da minha vida! Uma vez lá no Forte, eu nem conseguia prestar atenção nas coisas direito, continuava observando os maravilhosos elefantes! Eu e o Dani até nos abraçamos em um abraço apertado, ignorando momentaneamente as leis de não me toque daqui! Posso afirmar que se a viagem acabasse aqui, eu já estaria satisfeita!
Mas, que bom que não acaba... assim tenho mais coisa pra contar.
Saímos do Amber Forte e fomos conhecer um outro... construção não muito conservada, esvaziada no momento porque está em reforma, mas com uma vista belíssima de toda cidade! O Dani aproveitou para fazer diversas fotos!
Mas, tava um calor danado, sol da uma hora da tarde, energia acabando... fomos almoçar!
Mais tarde mais monumentos... O City Palace,  muito parecido com Udaipur e depois o cenotáfio do marajá de Jaipur e sua família. O cenotáfio é lindo, vários monumentos de mármore branco, todos entalhados com motivos hindus e passagens da vida do marajá... para melhorar, estava na hora do pôr do sol e a luz laranja no mármore branco é fora de série!
Nosso dia estava quase acabando, mas sobrou espaço para bater perna pelas lojas jantar em um restaurante quase privativo!
Pronto... é possível dia melhor? Nao sei, mas já to tão feliz com este, que como diz minha mãe, o que vier é lucro!
Boa noite, até amanhã, namastê!

Ah, quase esqueci! Fiz uma tatuagem nova... só que de henna!
Também quase esqueci que meus dentes continuam fazendo sucesso, olhem uma foto que algumas adolescentes pediram para tirar comigo e, uma delas, está olhando pra minha boca e não para câmera! Kkkkk

De Pushkar à Jaipur: cuidando da alma e do corpo!

Namastê!
Bom dia!
Hoje é dia de viajar outra vez, mas decidimos ficar um pouquinho mais em Pushkar! Então, manhã de passeio pelo movimentado bazar!
Ah, vimos tantas coisas interessantes! Como aqui é uma cidade sagrada, há muitos peregrinos... indianos e estrangeiros! Acredito que devem existir alguns ashrams por aqui também, pois há gente do mundo todo, naquele esquema de encontrar-se na vida.
Numa dessas, estávamos andando na rua e tinha uma moça com uma menininha loirinha tomando suco, eis que uma família de indianos com crianças parou para ver a menininha... tão diferente que era! E aí os papéis se invertem e são os locais que param para observar os turistas!
Pudemos tamém ir ao lago outra vez, por nós mesmos... agora, de manhã, havia muitas pessoas tomando banho e fazendo toda sorte de rituais. Também fomos lá, fizemos nossas orações e oferecemos nossas flores... energia fluindo de nós e para nós de um modo que, eu pelo menos, havia experimentado poucas vezes.
Na saída, uma moça pediu que eu tirasse uma foto com ela e com seu bebê. Ela não falava nadinha de inglês, então não faço idéia do porquê da foto, mas tirei, claro!
Preciso compartilhar também, porque infelizmente nem tudo são flores, que é preciso ter cuidado ou você passará o dia fazendo doações! Toda vez que você descer para o lago, um brâmane estará a sua espera para um ritual e também para uma doação! Nós fizemos nossa doação no primeiro dia e pronto! Mas, o fato é que eles podem ser um tanto insistentes, então é necessário ser forte.
Antes de pegar a estrada, aproveitamos os bons lugares de Pushkar para um breve almoço. Comemos um delicioso bolinho israelense de vegetais, preparado com habilidade na beirada da rua. Uma delícia!
Depois, algumas horas de estrada, sem novidade no caminho, e chegamos a Jaipur, barulhenta capital do Rajastan, no finalzinho da tarde.
Fizemos check in no nosso lindo hotel, que já foi um castelo, e fomos a um centro de massagem ayurvédica para, obviamente, fazer uma massagem. Optamos pela massagem sirydhara (não tenho certeza se a grafia está correta), a mais tradicional de Kerala,  onde nasceu a ayurvédica, e esta massagem consiste em deixar um fio de óleo quente escorrendo pela testa após a massagem no corpo. Relaxa,  acalma e deixa o cabelo ótimo, embora na hora fique parecendo um leãozinho! Foi Ótimo! Isso mesmo, com ó maiúsculo!
Depois disso pessoal, só jantar e ir pra cama!
Boa noite, Namastê!

Pushkar, uma feliz mudança de rota!

Namastê!
Teoricamente, hoje nos despediríamos de Udaipur e viajaríamos  para Jaipur,  a capital do Rajastan. No entanto, nosso Mr. Shiam nos sugeriu passar uma noite em Pushkar, disse que é uma cidade sagrada e que seria uma pena perder. Disse também que Jaipur é uma cidade grande e muitos dias lá pode ser chato...assim, cancelamos nossa reserva da primeira noite em Jaipur e partimos a caminho de Pushkar, a cidade sagrada.
No caminho, estradas sinuosas, macacos, paisagens verdes e a cidade de Ajmer, cidade com predomínio muçulmano, onde há muitas mesquitas. Aqui as roupas e as pessoas são diferentes e passamos até mesmo por um cemitério, o que normalmente não há nas cidades de predomínio hindu.
Chegamos em Pushkar no fim da tarde. Na frente do nosso hotel, reservado por Mr. Shiam, tinha um estacionamento de camelo! Tão engraçado! Os camelos deitados comportadamente,  um ao lado do outro, alinhados! Coisas que só a Índia faz por você!
Bom, fizemos check in e logo saímos para conhecer a cidade. Fomos com um guia local, já que teríamos pouco tempo aqui.
Primeiramente! Fomos ao único templo no mundo erguido para o deus Brahma. Diz a história/mitologia (aqui a mitologia faz parte da história de um modo tão profundo que e difícil separar) que Brahma, o criador, era casado com Savitri e, uma vez, durante sua ausência, contraiu uma segunda esposa, Gayatri. Quando Savitri soube, ficou imensamente magoada e irada,  afinal havia dedicado toda sua vida a Brahma e considerou uma traição o segundo casamento do criador.
Brahma amava Savitri, mas apesar de seus esforços, ela nunca o perdoou e nunca voltou a viver em sua companhia. Pelo contrário! Diz-se que Savitri rogou uma maldição e, por causa da traição de Brahma, somente um templo em todo o mundo seria erguido para ele, em Pushkar. Além disso, este templo não receberia nenhuma doação em dinheiro e tampouco as pessoas levariam doces, flores ou outros presentes para Brahma.
Vale dizer que algumas pessoas tentaram construir outros templos, mas dizem que todos que tentaram morreram, de modo que não se tenta mais.
Há ainda na cidade, um templo para cada uma das esposas, cada um em um morro, em lados opostos da cidade.  
Bom, mas Pushkar é sagrada não só pelo templo de Brahma. Há também um lago sagrado, cuja história diz que uma flor de Lotus soprada das mãos de Brahma, viajou muito tempo no vento até cair em Pushkar. Quando caiu, fez brotar água do chão árido e nascer uma lago, que nunca secou, mesmo nos anos em que as monções não vieram. Hoje, acredita-se que o lago é sagrado e pessoas vêm de todas as partes da Índia para banhar-se, orar e até mesmo beber água do lago.
As cinzas de Nehru Gandhi, Mahatma Gandhi e Indira Gandhi foram depositadas aqui. É aqui também que as pessoas fazem doações que servem para manter a limpeza do lago, o templo de Brahma e algumas famílias de brâmanes pobres que vivem em Pushkar. Por fim, o lago tem mais uma finalidade: os hindus acreditam que pessoas que morrem de acidente, por não ser uma morte natural, não teriam direito ao paraíso e ficariam presas na roda das reencarnações. Assim, quando alguém morre por acidente, a família peregrina até Pushkar para orar no lago sagrado em buscava libertação da alma de seu ente querido.
Quando chegamos ao lago, após conhecer o templo de Brahma e alguns outros na cidade, que aliás tem mais de 500 templos, experimentamos uma emoção indescritível. Acompanhados por um brâmane (casta dos filhos de Brahma: religiosos e intelectuais), oferecemos nossas flores no lago sagrado, enquanto podíamos aos deuses por todas as pessoas que amamos!
Não sei ao certo o que penso sobre sagrado e deuses indianos, mas sei que a energia daquele lugar é imensa! Certamente Deus, o deus de cada um de nós,  está presente naquele lugar, fazendo de lá sua casa e esperando para nos escutar!
Findada esta experiência, ainda fomos presenteados com o pôr do sol no lago e depois saímos para andar pelo mercado local de Pushkar e jantar. Certamente esta cidade tem o melhor mercado de todos os lugares que estivemos até agora na Índia! Tudo que você quiser tem... Roupas, doces, incensos, óleos, sapatos,  bolsas, comida, artesanato, roupa de bebê, etc! Sensacional!
Fizemos compras, é claro, e depois jantamos em um restaurante em que o dono permitiu que o Dani ficasse na cozinha, aprendendo algumas coisas... nem preciso dizer que a criatura aqui ficou feliz que nem pinto no lixo, né!?
Na saída, ainda vimos outro casamento! Ahá! Tão bonito... noivo em cavalo branco e com roupa de casamento, familiares com roupas festivas, cantando e dançando pelas ruas!
Voltamos pro hotel de tuctuc,  falamos com a família no Brasil e fomos descansar o corpo e os corações, transbordando de tantas experiências sagradas!
Boa noite,  Namastê!