quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Jaisalmer, a cidade dourada (a verdadeira yellow Stones)!

Olás!
Quando chegamos ontem em Jaisalmer, não foi possível ver quase nada... já estava  tarde da noite, só vimos que o forte era imenso, de difícil acesso por carro, como um labirinto!
Agora, depois de uma noite de sono (boa pra mim, não tão boa pro Daniel, que passou frio e não dormiu bem), esta cidade parece incrível. É conhecida como a cidade dourada, ou cidade de ouro, pois o arenito (pedra porosa) utilizado aqui para construção do Fort, das casas e dos templos é amarelo e não mais vermelho como era em Bikaner, então, a cidade é um amontoado dourado no meio do deserto de Thar.
Logo pela manhã resolvemos os problemas do quarto: conseguimos papel higiênico, que não tinha na noite anterior, pedimos mais cobertores e descobrimos como funcionava a água quente! Aliás, fica a dica que embora as acomodações deste hotel (Paradise) não sejam muito boas, o atendimento é sensacional, as pessoas são muito educadas e prestativas.
Ao subir para tomar café da manhã, tivemos nossa primeira surpresa do dia, o restaurante do hotel é no terraço, com vista para toda a cidade. É espetacular de ver... a cidade se estende num raio de cerca de dois quilômetros ao redor de todo o perímetro do Fort, parece um presépio amarelo. Nosso hotel é dentro do Fort, que foi construído no ponto mais alto da região, de forma que estávamos a cerca de 120m de altura da cidade!
Desta vez, decidimos sair por nós mesmos para conhecer a cidade dentro dos muros do Fort e depois fora dele, somente com nosso guia livro, sem um guia pessoa. A cidade do interior do Fort é formada por diversas ruelas, com casas, lojas e templos. Há um complexo real, no passado sede do governo e residência do marajá, hoje um lindo museu.
No norte da Índia, as histórias das cidades são muito parecidas, sempre marajás no governo, relações com a coroa, construção de fortes intransponíveis, palácios lindíssimos,  uma, duas, três, muitas esposas, muitos filhos, muitas riquezas, jóias, armas,  pratarias e ostentação até não poder mais... especialmente no Rajastan, o que muda de cidade pra cidade é basicamente o nome do marajá.
E assim foi... no museu, conhecemos a histórias de Jaisalmer, mas não nos detivemos muito tempo, queríamos andar nas ruas.
Como em uma típica segunda-feira, a cidade estava a todo vapor: mulheres limpando suas casas, lavando, limpando e perfumado os templos, vacas por todo lado!  Há muitas lojas em Jaisalmer e os lojistas penduram suas mercadorias nas parede das ruelas, o que transforma a cidade em um mar de cores.
Conversamos com algumas pessoas nas ruas, entramos em algumas lojas, compramos algumas coisas, mas não muitas, pois cada negociação despende tempo e energia. Depois, saímos pela cidade fora dos muros... deuses como é diferente! Há pessoas locais andando por este comércio, não é um lugar exclusivo de turistas... os proprietários das lojas normalmente estão na frente das mesmas, sempre prontos para começar uma negociação, as cores são vibrantes e os cheiros inebriantes! Num dado momento, nos deparamos com uma bacia de samossas fresquinhas,  pelando de tão quentes!  O lugar parecia bom, pessoas limpinhas servindo, muitos clientes... olhamos um para o outro e o pensamento foi o mesmo: "se é pra comer samossas, a hora é agora"! O Dani comprou uma pra nós,  12 rúpias, algo como 60 centavos de real; agora, qual não foi nossa surpresa quando nossa samossa nos foi entregue em uma folha de revista! Ah, tão típico! Não podemos dizer que comemos samossa em folha de jornal, como na reportagem da Go Outside, mas comemos em folha de revista... quase lá!
Descobrimos também que existem sucos de garrafa, industrializados, que certamente fizeram meu dia mais feliz, já que só a água mineral é segura por aqui e não aguento mais só tomar água! Muito feliz com meu suco de maçã!
Passamos em uma loja e me interessei por algumas capas de almofadas... escolhi as que queria e começamos a negociar. Fui muito dura desta vez, pois sabia que se não levasse aquelas, teriam outras em qualquer esquina! O comerciante  não queria baixar o preço para algo que achasse justo e eu agradeci e disse que iria embora... o preço foi baixando e baixando cada vez mais, da mesma forma o comerciante foi ficando cada vez mais bravo... quando ele já estava muito bravo e o preço estava justo, fechamos negócio! Foi a primeira vez que eu o Dani saímos com a sensação de termos pago um preço justo! Muito legal!
Voltamos para comer mais duas samossas e, como já era fim de tarde, fomos encontrar nosso Mr. Shiam que nos levaria a um lago artificial belíssimo, com ghats (escadarias) e pequenos templos! Por muito tempo, este foi o único reservatório de água da cidade e as mulheres, diariamente, iam ao lago para buscar a água necessária para o uso doméstico. Em certa época, uma famosa cortesã mandou construir um portal no acesso ao lago, sua audácia infureceu as rainhas, que mandaram demolir o portal... Telia, a cortesã, muito inteligente que era, mandou colocar uma imagem de Krishna no portal e a população rapidamente se mobilizou,  impedindo a demolição!
Bom, o lago é lindo! Em uma das margens há alguns monumentos, o portal, os ghats e pequenos templos... na outra margem, só o deserto!
Depois do lago, com a proximidade do pôr do sol, Mr. Shiam nos levou a um cenotáfio, lugar com monumentos onde são depositadas as cinzas dos marajás e seus familiares... este cenotáfio de Jaisalmer é no alto de uma colina, de forma que esperávamos um belo poente por lá. Só pra contrariar, o sol resolveu se pôr atrás das nuvens hoje e, agradecemos pelo nosso pôr do sol de deserto de ontem!
Fim do dia, compramos cervejas em uma loja do mercado negro, sempre acompanhados de Mr. Shiam para evitar problemas, guardamos na mochila e fomos embora... no caminho de volta, mais passeio pelas ruelas e, quando finalmente chegamos, sentamo-nos em uma das mesinhas do terraço para jantar, tomar nossa cerveja e aproveitar a vista noturna da cidade.

Obs: definitivamente desistimos da cerveja indiana, é muito ruim, além do que, eu tive dor de cabeça e o Daniel também passou mal...

Hoje, banho quente!
Até amanhã, rumo a Jodhpur!

Um comentário:

  1. maravilha de lugar Nati e Dani.....agora esse samossa na folha de revista foi d+ hehehe...pense q é ecologicamente correto....afinal eles estão reciclando o papel ....mas q eu fiquei com água na boca só de ver o bocão do Dani.....kkkk...estou adorando tudo....divirtam-se mais e num esqueçam de nós postando tdo q vcs visitam pra q possamos curtir um bocadinho desta gde aventura....amo vcs....Bjão....Sol

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