segunda-feira, 4 de março de 2013

Especial Varanasi: nossa pausa na viagem pra ver a vida como uma mariposa  

Olás,
Resolvi fazer um especial sobre Varanasi para tentar explicar os sentimentos que este lugar desperta.
Varanasi é uma cidade grande, barulhenta, caótica e suja como muitas outras cidades indianas... mas, também é sagrada, serena e com uma energia boa que parece correr como o ganges! Parece que este lugar foi uma pausa pra gente... estamos aqui em "stand by" pra ligar novamente daqui a pouco!
Como disse, ontem nós só chegamos e comemos no hotel, já que estávamos bem cansados. O que eu não disse, foi que durante a nossa permanência no restaurante, que é no topo, houve uma grande, imensa revoada de mariposas,  como as revoadas de siriri ou aleluia no Brasil. Havia milhões, talvez bilhões, zilhões e, assim que percebi que eram mariposas, lembrei desta história:  

História de amor impossível
Conta a lenda que uma jovem mariposa de corpo frágil e alma sensível voava ao sabor do vento, certa tarde quando viu uma estrela muito brilhante e se apaixonou. Excitadíssima, voltou imediatamente para casa, louca para contar à mãe que havia descoberto o que é o Amor.
Quem Bobagem!! – Foi a resposta fria que escutou. As estrelas não foram feitas pra que as mariposas possam voar em torno delas. Procure um poste ou um abajur, e se apaixone por algo assim; por isso fomos criadas.
Decepcionada a mariposa resolveu simplesmente ignorar o comentário da mãe e permitiu-se ficar de novo alegre com a sua descoberta. Que maravilhar poder sonhar!” pensava.
Na noite seguinte, a estrela continuava no mesmo lugar, e ela decidiu que iria subir até o céu, voar em torno daquela luz radiante e demonstrar seu amor. Foi muito difícil ir além da altura com a qual estava acostumada, mas conseguiu subir alguns metros acima do seu vôo normal. Entendeu que, se cada dia progredisse um pouquinho, iria acabar chegando à estrela, então armou-se de paciência e começou a tentar vencer a distância que a separava de seu amor.
Esperava com ansiedade que a noite descesse e, quando via os primeiros raios da estrela, batia ansiosamente suas asas em direção ao firmamento.
Sua mãe ficava cada vez mais furiosa! Estou muito decepcionada com minha filha! Dizia. Todas as suas irmãs, primas e sobrinhas já tem lindas queimaduras nas asas, provocadas por lâmpadas. Só o calor de uma lâmpada é capaz de aquecer o coração de uma mariposa; você devia deixar de lado seus sonhos inúteis e arranjar um amor que possa atingir!!
A jovem mariposa, irritada porque ninguém respeitava o que sentia, resolveu sair de casa. Mas no fundo, como aliás sempre acontece, ficou marcada pelas palavras da mãe e achou que ela tinha razão.
Por algum tempo, tentou esquecer aquela estrela e apaixonar-se pela luz dos abajures de casas suntuosas, pelas luminárias que mostravam as cores de quadros magníficos, pelo fogo das velas que queimavam nas mais belas catedrais do mundo. Mas seu coração não conseguia esquecer a estrela e, depois de ver que a vida sem o seu verdadeiro amor não tinha sentido, resolveu retomar sua caminhada até o céu.
Noite após noite, tentava voar o mais alto possível, mas quando a manhã chegava estava com o corpo gelado e a alma mergulhada em tristeza. Entretanto, à medida que ia ficando mais velha, passou a prestar atenção a tudo que via a sua volta. Lá do alto, enxergava as cidades cheias de luzes, onde provavelmente suas primas, irmãs e sobrinhas já tinham encontrado um amor. Via as montanhas geladas, os oceanos com ondas gigantescas, as nuvens que mudavam de forma a cada minuto.
A mariposa começou amar cada vez mais a sua estrela, porque era ela que a empurrava para ver um mundo tão rico e tão lindo.
Muito tempo se passou e um belo dia ela resolveu voltar à sua casa. Foi então que soube pelos vizinhos que sua mãe, suas irmãs, primas e sobrinhas e todas as mariposas que havia conhecido tinham morrido queimadas nas lâmpadas e nas chamas das velas, destruídas pelo amor que julgavam fácil.
A mariposa, embora jamais tenha conseguido chegar à sua estrela, viveu muitos anos ainda, descobrindo que às vezes, os amores impossíveis trazem muito mais alegrias e benefícios do que aqueles que estão ao alcance de nossas mãos. (Paulo Coelho)

Obviamente, não somos mariposas, embora às vezes algumas estrelas despertem nossa paixão! O que fiquei pensando é que fazer esta viagem, estar aqui na Índia, é um pouco como voar bem alto e poder, por causa disso, ver o mundo com outros olhos!  

Namastê!

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